Comunidade acadêmica mobiliza-se contra o Reordenamento dos Institutos Federais

 Comunidade acadêmica mobiliza-se contra o Reordenamento dos Institutos Federais

Estudantes e servidores públicos de todo país são contrários ao projeto de Reordenamento dos Institutos Federais, apresentado recentemente pelo Ministério da Educação (MEC). As críticas ao projeto decorrem do fato de que, não obstante seja propagandeado como um meio para expandir a Rede Federal de Educação, não prevê abertura de novos campi, novas matrículas ou novas contratações de corpo docente.

Em nota, a Direção Nacional do Sinasefe exige que se discuta a proposta de reordenamento com gestores e trabalhadores dos IF’s. “É lamentável que o governo Bolsonaro apresente um projeto de construção de 10 novos Institutos sem promover qualquer discussão com a comunidade acadêmica, seus professores e técnico-administrativos, responsáveis diretos pelo sucesso do trabalho realizado na Rede, nem mesmo converse com os atuais gestores, reitores, diretores de campus, pró-reitores, diretores de ensino e diretores administrativos”, aponta trecho do documento, que pode ser lido, na íntegra, aqui.

Sinasefe-SM participará de Plenária Pública sobre o projeto

Nesta sexta-feira, 17, às 18 horas, o Sinasefe Nacional realizará uma Plenária Pública virtual a respeito do reordenamento, instigando o debate sobre “O que ganhamos?” com as mudanças dos IF’s. Contribuindo com a discussão, representantes da seção sindical de Santa Maria participarão do evento, junto a demais dirigentes sindicais do restante do Brasil.

A Plenária poderá ser acompanhada ao vivo no Facebook do Sindicato Nacional, ou diretamente pelo link https://us02web.zoom.us/j/89170972990?pwd=K3g4c2N6akxEOUZMY0NNWkdMV1hQdz09.

Em que consiste a proposta?

O projeto do MEC consiste em uma contradição, porque se apresenta como forma de criar 10 novos Institutos Federais, mas não propõe a abertura efetiva de novos campi, ou novas vagas para estudantes e docentes. Inclusive, a proposta indica diminuição do número de campi em algumas localidades, como na Paraíba, onde a quantidade deve reduzir de 21 para 18.

O que o reordenamento verdadeiramente propõe é a criação de 10 novas reitorias, por meio da divisão de 11 Institutos já existentes (IFPA, IFMA, IFPB, IFBA, IF Baiano, IFPE, IF Sertão-PE, IFSP, IFCE, IFPI e IFPR). Nesses “novos” IF’s, os reitores seriam indicados pelo presidente Jair Bolsonaro, conforme determina a lei nº 11892/2008.

Para David Lobão, coordenador geral do Sinasefe, a proposta representa um plano do Governo Federal de desconstrução do papel pedagógico que os Institutos Federais cumprem, uma vez que tais instituições são as maiores responsáveis pelo ingresso de alunos de baixa renda em universidades públicas.

A respeito do reordenamento, o coordenador ainda destaca que: “Nós não somos contra o crescimento de 10 novos institutos, desde que esse crescimento represente um crescimento de vagas, um crescimento de cursos, um crescimento de campi, chegar a novas cidades”.

Até o momento, não há informações sobre quando o projeto seria posto em prática, quem é o seu autor, nem mesmo um documento oficial do MEC sobre a proposta. Toda essa imprecisão torna a proposta ainda mais problemática e temerosa.

Fonte e imagem: Sinasefe

Edição: Laurent Keller

Laurent Keller

Estudante de jornalismo.

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