173ª Plena do Sinasefe aprova greve a partir de 16 de maio
No dia 21 de abril ocorreu, de forma virtual, a 173ª Plenária Nacional do Sinasefe (Plena). Após um dia de debates, que se encerrou por volta das 19h30, um dos principais encaminhamentos aprovados foi o indicativo de deflagração de greve por tempo indeterminado a partir do dia 16 de maio. A motivação central da greve será a defesa da reposição salarial de 19,99% para todas as categorias do funcionalismo público, a fim de recompor as perdas inflacionárias acumuladas durante os últimos três anos.
“Merecemos respeito, exigimos ser recebidos para negociar nossa pauta de greve e não admitimos ser ‘informados’ sobre nossas vidas por ‘fofocas’ lançadas na imprensa”, diz trecho de notícia publicada no site nacional do Sinasefe. Por ‘fofoca’, a entidade refere-se ao anúncio feito pelo governo Bolsonaro de que concederia reajuste de 5% a todas as servidoras e servidores. Tal anúncio, feito à revelia das entidades, surpreendeu a todos(as), visto que o Executivo, desde janeiro deste ano, tem se negado invariavelmente a negociar com o funcionalismo. Além disso, o índice de 5% é considerado insuficiente pelo movimento.
Cabe lembrar que os(as) técnico-administrativos(as) em educação já amargam quase cinco anos de congelamento salarial, e os(as) docentes, quase três. Segundo divulgado no site nacional, somente neste período a gasolina saltou de R$ 2,60 para R$ 7,80; o botijão de gás saiu de R$ 35,00 para R$ 120,00; e o quilo da carne foi de R$ 18,00 para R$ 50,00.
O Sinasefe, desde o final do ano passado, caminha ao lado do Fonasefe e do Fonacate na construção da Campanha Salarial 2022 do funcionalismo público federal, tendo estado junto quando, no dia 18 de janeiro, a carta de reivindicações das categorias foi protocolada pela primeira vez no Ministério da Economia. Na pauta exigida ao governo, além do reajuste de 19,99, também estão a revogação da Emenda Constitucional 95 (que congelou os investimentos públicos por duas décadas, levando a que os serviços públicos sofressem de inanição orçamentária) e a retirada de pauta do Congresso Nacional da Reforma Administrativa (PEC 32/20).
Agora, o objetivo é articular o movimento paredista nacional junto com sindicatos como ANDES-SN e Fasubra, também ligados às universidades e institutos federais. Veja a convocação de David Lobão (coordenador geral do SINASEFE) sobre a articulação em andamento:
Demais encaminhamentos aprovados na 173ª Plena foram:
- Deflagração de greve por tempo indeterminado a partir do dia 16 de maio de 2022;
- Legitimação de todas as decisões da Plenária Nacional de Mulheres de 23 de abril de 2022, com relação à organização do Encontro Nacional de Mulheres. A comissão solicitará à Coordenação de Administração e Finanças (CAF) os orçamentos para que seja feita a real comparação de valores da realização em Brasília-DF e em Fortaleza-CE;
- Aprova o parecer relativo à prestação de contas da atual gestão do SINASEFE, do período analisado e concluído pelo Conselho Fiscal;
- Nota de Solidariedade aos colegas da base sindical da seção Cáceres-MT do IFMT;
- Nota de Solidariedade aos trabalhadores da Prefeitura de São Luís-MA que estão em greve.
Para ler as notas de solidariedade na íntegra, clique aqui.