Nesta quarta-feira, 18, a praça Saldanha Marinho foi ocupada por dezenas de sindicatos e movimentos sociais de Santa Maria, que manifestaram, por meio de uma aula pública, seu repúdio à Reforma Administrativa (PEC 32/2020). Nessa aula, um representante de cada organização pode fazer sua fala em defesa da educação e do serviço público.
Como representante do Sinasefe, José Abilio de Freitas, um dos três coordenadores gerais do sindicato, destacou a importância e a relevância do serviço público hoje, no Brasil, não somente na área educacional, mas também nas áreas do transporte, do meio ambiente e da saúde.
Ele também falou que: “O governo coloca a Reforma Administrativa como necessária ao combate dos privilégios do funcionário público. Só que a gente sabe bem que os funcionários públicos que vão ser impactados por essa reforma não são os privilegiados […]”. Segundo ele, os servidores públicos realmente favorecidos e que não serão impactados pela reforma são os parlamentares, juízes e procuradores.
“Essa reforma vai colocar uma carta branca na mão do Executivo, que vai poder, através de decreto, simplesmente extinguir autarquias, extinguir cargos, contratar sem concurso público. Nós seremos funcionários de governos e não funcionários do Estado”
, complementa o professor.
Em nome do DCE, Luiz Eduardo Barbosa, estudante de Direito da UFSM, expressou seu repúdio à Reforma Administrativa, falando que ela nem deveria receber tal nome, uma vez que uma reforma serve para melhorar determinada situação, enquanto a PEC 32/2020 somente precariza ainda mais o serviço público.
O estudante ainda afirmou: “[…] enquanto a gente não derrubar o governo Bolsonaro, vamos ter que ficar todos os meses, todos os dias, colocando uma nova ação defensiva para conseguir barrar essas reformas […]”.
Em consonância com essa fala, José Abilio de Freitas reforçou a importância da sociedade se mobilizar em prol do funcionalismo público, para que não sejam perdidos os poucos benefícios sociais que restaram tanto aos servidores e servidoras, quanto à população brasileira.
A aula pública foi uma das ações da agenda de mobilização construída por sindicatos e movimentos de Santa Maria. Na terça, 17, o Sinasefe participou de plenária virtual a respeito da PEC e, nesta quarta, 18, às 18h, promoveu uma live que tratou, dentre outros aspectos, sobre os impactos da Reforma para o setor da Educação, para os servidores aposentados e para a população brasileira que necessita da rede protetiva representada pelos serviços públicos.
A quarta-feira, ou 18A, marcou mais um Dia Nacional de Mobilização, de forma que diversas outras cidades brasileiras registraram também atos e atividades políticas nesta data.