Em nota, Sinasefe reforça sua posição contra à violência do Estado
Na última segunda-feira, 30 de maio, o Sinasefe Nacional divulgou uma nota reiterando sua posição contra atos racistas e contra a violência provocada por agentes públicos. O texto foi publicado após ações truculentas contra pessoas pobres, majoritariamente negras, realizadas por agentes do Estado nos dias 24 e 25 de maio. Confira a íntegra da nota da Direção Nacional:
Nota de repúdio contra a violência do Estado Brasileiro
”À sociedade brasileira, sindicalizados e sindicalizadas do SINASEFE.
Nos dias 24 e 25 de maio de 2022, o Brasil ficou estarrecido ao assistir pelas redes sociais e telejornais, ações truculentas praticadas por agentes públicos do Estado brasileiro contra pessoas pobres, na maioria negras, verdadeiros atos de extermínio.
No dia 24/05/2022, na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro-RJ, 25 pessoas foram mortas. A localidade, que abriga 70 mil famílias, teve uma invasão abrupta da Polícia Militar e Polícia Rodoviária Federal (PRF), polícias que escolheram a morte como método de segurança. Essa tragédia humana deixou mais uma marca registrada de como o Estado brasileiro é opressor para as pessoas que não estão inseridas nos espaços de poder político, econômico e social.
No dia seguinte, 25/05/2022, o cidadão negro Genivaldo Jesus dos Santos, 38 anos de idade que portava apenas remédio no bolso, foi brutalmente assassinado. Numa ação truculenta, de forma violenta e cruel, o colocaram dentro de um camburão em plena luz do dia, fazendo-o agonizar até morrer por asfixia, em razão do acionamento de bomba de gás pimenta e lacrimogêneo. Como se não bastasse o assassinato covarde de um homem negro, algemado e imobilizado pelos “oficiais da lei” – agentes da PRF, assistimos perplexos esse absurdo acontecer com o uso de uma técnica de extermínio, utilizada por nazistas nos guetos e campos de concentração da Alemanha nazista de Hitler: quando homens, mulheres e crianças eram exterminadas nas câmaras de gás.
O fato é que essas situações horrendas de banalização da morte patrocinadas por agentes públicos fazem parte de uma história brasileira marcada pelo ódio de classe e pelo racismo estrutural. Não é à toa que a maioria das pessoas vítimas desses genocídios são negras e negros.
A razão principal para essa intolerância é o racismo! A desigualdade racial é fruto do racismo histórico que se manifesta nesses agentes públicos. Entendemos que a função do poder público é transmitir respeito a todos numa comunidade e não patrocinar o terror!
Manifestamos todo nosso repúdio às truculências dos agentes públicos que deveriam prestar serviços de segurança com todo respeito à população, não repetir atitudes desumanas. Repudiamos ainda a posição do desgoverno Bolsonaro que aplaudiu a chacina da Vila Cruzeiro e o silêncio sepulcral no caso de Genivaldo mostrando que tipo de gente e classe representa.
Por fim, nos solidarizamos com seus familiares e com todas as pessoas que combatem quaisquer tipos de intolerâncias correlatas!
Justiça para todos e todas, já!
Racismo é crime! ”
– Direção Nacional do SINASEFE
Para acessar a nota completa, clique aqui.
Texto: Laurent Keller
Revisão: Bruna Homrich
Imagem: Sinasefe Nacional