É tempo de lutar por equidade entre homens e mulheres

 É tempo de lutar por equidade entre homens e mulheres

Tratar alguém com equidade significa agir em relação a essa pessoa conforme suas individualidades e necessidades específicas, para evitar que se crie desigualdades. No caso da luta feminista, reivindica-se que, ao se elaborar uma política pública, por exemplo, seja levado em consideração o histórico misógino, machista e patriarcal ao qual nossa sociedade está inserida. Contudo, neste Dia Internacional da Mulher, oito de março de 2024, mulheres ainda encontram entraves ao seu direito de opinar, agir e existir.

No mercado de trabalho, mesmo com muitas políticas equitativas já implementadas, o gênero feminino continua ganhando 20% menos que homens para exercer o mesmo cargo, segundo dados do IBGE, divulgados pelo Governo Federal recentemente. Caso essa mulher seja negra, a discrepância é ainda maior: 57% a menos que homens brancos, conforme o IBGE expôs em 2021.

E se estivermos tratando de uma mulher transsexual, talvez ela não consiga nem exercer o mesmo cargo que uma pessoa cisgênero desempenha no mercado formal, uma vez que, até 2019, segundo aponta o IBGE, apenas 13,9% das brasileiras trans ocupavam esse espaço.

Remuneração e sub-representação são apenas alguns dos aspectos que afetam as mulheres no mercado de trabalho, porque, além deles, elas precisam lidar com uma constante descredibilidade de suas opiniões e atitudes, como explica Mariglei Maraschin, Secretária de Administração do Sinasefe de Santa Maria.

Mariglei relata que “sentimos diariamente de forma velada e sutil [o machismo] quando nos dizem que precisamos ser mais pulso firmes ou menos emocionais nas atitudes e que, por isso, não temos condições de assumir determinados cargos ou lideranças. Mas, o pior são as brincadeiras e piadas que ouvimos. Eu fico muito desanimada quando ainda presencio estas situações, porque vejo que ainda precisamos evoluir muito e estar vigilantes retomando aspectos bem básicos da luta.”

No mesmo sentido, a servidora técnico-administrativa, Cassiana Marques, que também ocupa um cargo de direção junto à Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis da UFSM, comenta que ainda se perpetua a ideia de que o homem deve estar à frente nos cargos de liderança, seguindo um raciocínio ultrapassado de que ele deve ser o provedor, enquanto à mulher cabe a função de cuidar da casa e dos filhos. Apesar de tal atividade ser digna, importante e complexa, defender que uma mulher não possa explorar outras possibilidades de vivência é totalmente desconexo da atualidade.


Diante desse panorama, as entrevistadas acreditam que somente estratégias educativas podem promover avanços relativos à luta feminista, aliadas ao debate coletivo interseccionado por outros recortes sociais. Por isso, o sindicato convida seus filiados e suas filiadas a integrarem o ato que ocorre hoje, dia 8, no Calçadão do Centro de Santa Maria, às 17h30, para dialogar acerca de pautas ligadas ao trabalho e direito à vida das mulheres. Somente a luta coletiva trará mudanças para as mulheres!



Texto: Laurent Keller

Imagem: Xainã Pitaguary

Edição: Fritz Rivail

Laurent Keller

Estudante de jornalismo.

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