Assembleia geral da UFSM tem presença massiva da comunidade acadêmica

 Assembleia geral da UFSM tem presença massiva da comunidade acadêmica

Em meio à tarde chuvosa da segunda-feira, 10 de outubro, acadêmicos, docentes e técnico-administrativos em educação aderiram à Assembleia Geral da UFSM em defesa da educação pública, promovida pelo Sinasefe, Assufsm, Atens, Sedufsm, APG e DCE. A mobilização, ocorrida ao lado do Auditório Sérgio Pires (prédio 17), discutiu os próximos passos dos movimentos estudantis e sindicais e reforçou a necessidade de se eleger Lula (PT) para presidência, para que Bolsonaro (PL) seja derrotado nas urnas.

Aclamados pelos manifestantes presentes, representantes de sindicatos e grupos estudantis realizaram falas durante o ato. Em nome da seção do Sinasefe de Santa Maria, José Abílio de Freitas reforçou que o sindicato está em constante cooperação com os movimentos sociais da cidade: ‘’o Sinasefe apoia toda e qualquer determinação para contrapor esse desmonte que está acontecendo na nossa casa [UFSM].’’

Dentre as ações que vêm destruindo as universidades federais, servidores públicos lembram de áreas que estão sem reposição de vagas, ou recursos para contratar bolsistas. Já os alunos da pós-graduação contam que, devido aos recorrentes cortes orçamentários, quase um terço das vagas para pós, disponíveis no segundo semestre de 2022, não foram preenchidas. Isso acontece porque os estudantes não enxergam perspectiva de evoluir academicamente sem incentivos do governo federal. Para se ter uma ideia, as bolsas de mestrado e doutorado não recebem reajuste desde 2013. Neste período, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo IBGE, acumulou 74,79%.

Mais recentemente, em 30 de setembro, a comunidade universitária sofreu um susto com o bloqueio repentino de R$328,5 milhões do orçamento das Instituições Federais de Ensino brasileiras. Contudo, graças à reação de movimentos estudantis de todo país, o Ministro da Educação (MEC), Victor Godoy, disse, no dia 7 de outubro, que os recursos seriam liberados. Contudo, até então, não se tem mais informações concretas sobre tal liberação . Por causa de acontecimentos como esse, é imprescindível que a sociedade permaneça mobilizada para derrubar o bolsonarismo. E não somente até o segundo turno, dia 30 de outubro, mas também nos próximos meses e anos, haja vista que o Senado e a Câmara de Deputados elegeu um número expressivo de apoiadores de Jair Bolsonaro.

Em consonância ao pensamento de luta, a vice-presidente da Sedufsm, Márcia Mörschbächer, declarou: ”antes de o governo Bolsonaro acabar com as universidades, nós vamos acabar com o governo Bolsonaro. Não vamos deixar o Bolsonaro destruir a ciência brasileira, nem os sonhos dos professores e professoras, os sonhos dos técnicos e técnicas, e, mais importante, o sonho da juventude!’’

Encaminhamentos da Assembleia Geral

A construção de um grande protesto, de caráter nacional, no dia 18 de outubro foi o principal ponto levantado pela Assembleia. O intuito do ato é denunciar os ataques do governo vigente à educação, à saúde e ao povo brasileiro, a fim de mobilizar as pessoas a irem às urnas mudar os rumos do Brasil no final do mês, com a eleição do ex-presidente Lula para presidência. Também deve ser organizado o ‘’bicicletaço em defesa da educação’’, no dia 23 de outubro, para mostrar aos santa-marienses o poder dos movimentos populares.

Outras medidas discutidas em Assembleia foram: a aprovação da Carta Oficial da União Nacional dos Estudantes (UNE), Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) e União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES); a construção do Comitê Popular de Educação; e a organização do ‘’Balbúrdia na Praça’’, evento voltado para exposição de projetos e pesquisas construídas pela categoria estudantil da UFSM.


Texto: Laurent Keller

Imagens: Bruna Homrich e Laurent Keller

Edição: Bruna Homrich 

Laurent Keller

Estudante de jornalismo.

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