Assembleia promovida pelo Sinasefe-SM discute impasses ligados à Portaria nº 32
Na manhã desta quarta-feira, 29, o sindicato realizou uma assembleia virtual, via Google Meet, a respeito das problemáticas estabelecidas pela Portaria nº 32, que impõe o retorno das atividades administrativas da UFSM ao presencial, e das possíveis sequelas de sua implementação. Como encaminhamentos da assembleia estiveram a elaboração de um documento a ser enviado pelo sindicato à reitoria solicitando revogação da portaria e fomento a atividades que ofereçam suporte psicológico aos(as) servidores(as) que necessitarão retornar à presencialidade.
Cláudia do Amaral, Secretária Geral do sindicato, relatou que a Portaria foi apresentada aos servidores de forma genérica e sem antecedência, deixando os profissionais com dúvidas sobre a logística do retorno e com pouco tempo de adaptação. Isso porque há menos de duas semanas de diferença entre a publicação do documento (22 de setembro) e sua aplicação (1 º de outubro), dificultando que uma mudança drástica como essa seja feita com a organização necessária.
‘’Nós queremos voltar, acho que todos querem, mas analisamos que esse pouco tempo de antecedência pode prejudicar o retorno […] ‘’ relata a Secretária, destacando uma série de questões que são afetadas pelo curto período de preparação, que inclui: adequação das salas de aula tecnologicamente; solicitação de máscaras, álcool em gel e EPI’s; contratação de funcionários da área de higienização; e organização do escalonamento de funcionários, que foi mal preparado e explicado aos servidores. Cláudia ainda reforçou sua preocupação com a não exigência de vacinação de todos docentes e com o risco de alto contágio de profissionais que se deslocam de ônibus, tornando o trabalho presencial muito mais arriscado que o remoto, não somente para essas pessoas, mas também aos demais.
Contribuindo com o debate, Adão Damasceno, Secretário de Carreira e de Relação de Trabalho, comentou que ‘’se a Universidade não tem condições de trazer os estudantes, então não tem condições de funcionar o restante’’. E, ao encontro dessa fala, Laura Cortes, enfermeira e professora, falou que não faz sentido os docentes retornarem sem que os alunos também estejam presentes.
Além dos sindicalizados santa-marienses, a Assembleia contou com a presença de servidores do Instituto Federal de Jaguari, que relataram os obstáculos de um possível retorno presencial no local: ‘’no campus Jaguari, a gente movimenta 47 municípios, então são várias questões que nos impedem de só desejar estar na sala de aula, ou não. Porque envolve transporte, alimentação, limpeza do campus e várias outras questões bem complicadas […]’’ expõe Lucas Flores, professor da Instituição. Para além disso, o educador falou que o IF, provavelmente, encerrará seu ano letivo de modo remoto, uma vez que faltam dois meses, aproximadamente, para o fim de suas atividades letivas.
Outro aspecto destacado durante o encontro online foi a despreocupação com o psicológico dos professores no retorno ao presencial. Roselene Pommer, Secretária de Comunicação, Formação Política e Sindical, observou que: ‘’nós estamos há mais de um ano e meio trabalhando de casa, sem contato direto com colegas e alunos. Então acho que nós precisamos com urgência de um preparo psíquico, de um momento de preparação psicológica para retornar às atividades presenciais […], porque aquele que era meu colega de sala, com o qual dividia meu trabalho, de uma hora para outra, passa a ser talvez o ‘’inimigo’’, no sentido de que ele poderá oferecer um risco de contágio. Como que eu vou trabalhar psiquicamente isso? ‘’, indagou a professora.
O restante dos sindicalizados concordou com a necessidade de se estabelecer um atendimento psicológico aos docentes, e acredita que certos aspectos da Portaria nº 32 precisam ser revistos, para que atendam às demandas dos educadores.
Ações unificadas
O Sinasefe vem participando de uma série de iniciativas em conjunto com as demais entidades representativas dos segmentos da UFSM para buscar sensibilizar a reitoria a respeito da importância de se debater coletivamente o retorno à presencialidade. Na última terça, a seção sindical participou de audiência com o reitor e, no mesmo dia, assinou com as entidades um documento enviado à Administração Central com uma série de dúvidas e anseios a respeito da portaria.
Texto: Laurent Keller
Revisão: Bruna Homrich