Carreiras PCCTAE e EBTT acumulam perdas salariais significativas nos últimos 10 anos

 Carreiras PCCTAE e EBTT acumulam perdas salariais significativas nos últimos 10 anos

Nos últimos dez anos, as perdas salariais sofridas pelas e pelos integrantes da carreira PCCTAE foram de 52,5%. Já as perdas acumuladas pela carreira EBTT variaram a depender da posição de cada servidora e servidor na tabela, contudo, para algumas posições, o percentual negativo chegou a 26,88%.  As informações são provenientes de pesquisa elaborada pelo Sinasefe, em parceria com o Fonasefe, com o intuito de expor as diminuições salariais estimadas para docentes e técnicos, entre 2010 e 2021. O estudo foi realizado após o presidente Jair Bolsonaro (PL) ceder reajuste salarial a agentes federais de segurança, enquanto 80% dos servidores federais permanecem com salários congelados há 5 anos.

Para calcular os dados aqui apresentados, o responsável pela pesquisa, David Lobão, coordenador geral do Sinasefe e professor de matemática do IFPB, adotou como indicador de inflação o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE, entre as datas 01/07/2010 e 31/12/2021, considerando os reajustes das carreiras PCCTAE e EBTT do mesmo período. Entretanto, como tais reajustes variam para cada carreira, consequentemente, as perdas também apresentam valores diferentes.

Reajustes PCCTAE (01/07/2010 a 31/12/2021)

Ao passo que a inflação acumulada do período é de 95,55%, o reajuste salarial acumulado para carreiras PCCTAE alcançou, até 2017, somente 28,23% e, desde então, não sofre modificações. Já a perda salarial para esse grupo cresceu em todos os anos da última década, chegando a 52,5%.

Reajustes EBTT (01/07/2010 a 31/12/2021)

Para as perdas na carreira EBTT, não foi possível estimar um único número, haja vista que, diferente da PCCTAE, que apresenta reajustes lineares ao longo dos anos, essa carreira obteve alterações diferenciadas para cada posição na tabela salarial da categoria. Por isso, os cálculos foram feitos para cada uma das posições. A maior perda salarial acumulada atingiu professores Nível 1 da Classe D-III (titulação mestrado), que chegou a 26,88%, seguida por 26,15% para professores Nível 1 da Classe D-IV (titulação doutorado) e 25,46% para professores Nível 1 da Classe D-1 (titulação graduação). Para acessar a pesquisa completa feita pelo Sinasefe, clique aqui.

Inicia-se uma mobilização

Em decorrência da constante desvalorização salarial sofrida pelo setor público, o Sinasefe vem se organizando, nas últimas semanas, para iniciar uma mobilização contra o congelamento salarial de docentes e técnicos-administrativos da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Para saber das próximas informações relacionadas a essa mobilização, continue nos acompanhando em nosso site e redes sociais.

Texto: Laurent Keller

Revisão: Bruna Homrich

Laurent Keller

Estudante de jornalismo.

Notícias Relacionadas