Comunidade acadêmica toma as ruas de Santa Maria em defesa da educação
Na tarde da última terça-feira, 18 de outubro, estudantes, docentes e técnico-administrativos de todo país foram às ruas protestar contra o governo Bolsonaro, responsável por degradar as Instituições Federais de Ensino ao longo dos quatro anos de mandato. Na Praça Saldanha Marinho, em Santa Maria, o Sinasefe, junto aos demais sindicatos locais e movimentos estudantis, construiu a ‘’Marcha pela Educação’’, ato que contou com falas de representantes de entidades e com uma caminhada pelo centro da cidade.
Dentre as pautas levantadas pelos manifestantes, os cortes orçamentários sofridos pelas Federais ganharam destaque, haja vista os diversos prejuízos que já causaram às universidades e institutos federais, como: demissão de funcionários, suspensão de viagens a congressos e eventos, bolsas de estudo cortadas e obras estruturais interrompidas. E o cenário não é diferente em Santa Maria: recentemente, com a ameaça de novos bloqueios no orçamento, a gestão da instituição quase precisou cancelar eventos científicos e suspender o pagamento de bolsas. Toda essa conjuntura é entristecedora, não somente para a comunidade acadêmica, mas para toda a cidade, uma vez que ela depende da universidade para fortalecer a economia local, desenvolver a cultura, estimular o mercado imobiliário e o setor de serviços, e manter o Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) funcionando.
Os manifestantes também denunciaram a constante tentativa de desmontar a ciência brasileira e desestimular sua credibilidade junto aos cidadãos. A exemplo dessa situação, é válido lembrar que, durante o auge da pandemia de Covid-19, Bolsonaro criticou repetidas vezes a vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan. Além disso, durante o protesto desta terça, foram constantes os comentários a favor da eleição de Lula (PT) no segundo turno das eleições presidenciais, em 30 de outubro.
Em nome da seção sindical de Santa Maria, o Coordenador Geral do Sinasefe, José Abílio de Freitas, reforçou o papel dos movimentos estudantis e sindicais em engajar a população a participar de manifestações. Para ele, essa mobilização é consequência de uma articulação mais fluente e rápida entre as entidades organizadoras.
O Coordenador ainda comentou que não esperava uma quantidade tão grande de manifestantes na Praça: “no fim, tornou-se um grande movimento, em que fiquei feliz de participar enquanto sindicalista.”
Ao encontro desse pensamento, o Tesoureiro Geral do sindicato, Cláudio Kelling, confessou ter sido surpreendido com o número de pessoas que compareceram à Praça: ‘’alegrei-me pela participação, pelo entusiasmo, pelas palavras ditas. […] Fiquei mais otimista em relação à eleição do Lula. Fiquei feliz também com um número maior de professores da nossa carreira EBTT, muitos dos quais ainda não haviam participado de nenhum ato’’, comenta o Tesoureiro.
A luta continua
A próxima atividade dos movimentos sociais santa-marienses já têm data definida:
23/10 – PedaLula: às 14 horas, haverá um pedal pela democracia saindo do campus sede da UFSM, em direção ao centro da cidade.
O Sinasefe reitera a importância de fortalecer ações como as citadas acima, para mostrarmos a força da luta estudantil e sindical! Para se atualizar acerca dos próximos eventos sindicais, acompanhe nosso site e nossas redes sociais.
Texto: Laurent Keller
Imagens: Bruna Homrich e Laurent Keller
Edição: Bruna Homrich
