Comunidade da UFSM reforça apoio ao ENEM/SiSU como método mais democrático de ingresso
Em Assembleia Unificada ocorrida no hall do prédio da reitoria na última quarta-feira, 1º de fevereiro, as e os estudantes, professores e técnico-administrativos em educação da UFSM não deixaram dúvidas acerca de seu posicionamento contrário ao retorno do vestibular e do processo seletivo seriado (PSS).
A mobilização das entidades representativas dos segmentos existe desde que a Pró-Reitoria de Graduação começou a elaborar uma minuta de resolução que, alegando estar o problema da evasão assentado, dentre outros aspectos, no método de escolha de curso previsto pelo SiSU, propõe o retorno de formas de ingresso até então superadas, como o vestibular e o PSS.
Ocorre que, na visão das e dos integrantes da comunidade acadêmica, o enfrentamento da evasão passa pela garantia de condições de permanência às e aos estudantes, muitos dos quais são também trabalhadores e amargam os impactos da carestia, do aumento da pobreza e dos cortes orçamentários responsáveis, por exemplo, por suspensão ou congelamento das bolsas, fechamento de Restaurantes Universitários e precariedade das moradias estudantis. O adoecimento da categoria discente também vem sendo apontado como uma causa de evasão, bem como as práticas de racismo, machismo, xenofobia e lgbtofobia ainda encontradas dentro da universidade.
Se à época da aprovação do ENEM/SiSU como método único de acesso à universidade foram feitos debates internos no campus da universidade e externos na Câmara de Vereadores e em outros espaços, atualmente o mesmo cenário não se replica. É o que dizem as e os representantes de sindicatos e entidades estudantis, para os quais a reitoria propõe o retorno de formas mais elitizadas e menos democráticas de ingresso sem o respaldo das comunidades interna e externa.
Recentemente, o Sinasefe Santa Maria, em conjunto com Sedufsm, Assufsm, Atens, DCE e APG, assinou nota em defesa do fortalecimento do ENEM/SiSU e contra a falta de diálogo da reitoria para a aprovação da minuta de resolução que altera as formas de ingresso. Pautada na reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) do dia 26 de janeiro, a minuta, após pedido de vista do DCE UFSM, deve entrar na pauta do CEPE de 10 de fevereiro.
Mas, se depender da mobilização da comunidade da UFSM, o tema será adiado e deve voltar à pauta só no próximo semestre, após debates em cursos e também durante a semana da calourada. Outra proposição advinda da Assembleia Unificada é de que, quando for ocorrer, tal votação no CEPE seja de modo presencial. Para fortalecer o debate junto à população, foi encaminhada a criação de grupos de panfletagem, que percorrerão os principais pontos da cidade a fim de dialogar com as pessoas sobre a importância de defender a democratização da universidade, expressa, em boa parte, pela adesão integral ao ENEM/SiSU.
