O papel do Sinasefe de Santa Maria na luta contra a PEC 32
Ao longo de 2021, a seção sindical santa-mariense do Sinasefe, bem como as demais seções regionais, tem atuado vigorosamente na tentativa de barrar a implementação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 32/2020). Até então, o esforço dos manifestantes tem gerado bons resultados, garantindo que a proposta responsável por iniciar a Reforma Administrativa no Brasil não avance. No entanto, o sindicato enfatiza que a luta não pode parar agora, caso contrário, tanto empenho terá sido em vão.
O Sinasefe de Santa Maria tem promovido diversas ações locais com o intuito de conscientizar a população sobre os problemas ligados à PEC e, consequentemente, mobilizar mais pessoas contra ela. Dentre tantas atividades já realizadas, destacam-se as lives com esclarecimentos jurídicos e discussões de conjuntura, a colocação de outdoors sobre o tema, e as mobilizações nas ruas da cidade, que obtiveram impactos bastante positivos. Além disso, a seção sindical apoiou os e as manifestantes que foram à Brasília pressionar deputados e deputadas a se posicionarem contrários(as) à PEC 32.
José Abílio de Freitas, Coordenador Geral do sindicato, ressalta que a parceria com outras entidades sindicais e movimentos sociais foi de extrema importância para o fortalecimento da luta. Quanto à avaliação acerca dos resultados da mobilização, o Coordenador vê-se dividido. Por um lado, está “otimista e orgulhoso da movimentação que tem sido feita a nível popular, nas ruas, no corpo a corpo, e junto com as entidades nacionais em Brasília“, mas sobre outra perspectiva, possui uma visão cética, por acreditar que a Reforma está ‘’parada’’ em decorrência da próxima campanha eleitoral.
“Portanto, mais importante que a mobilização contra a PEC 32, é não deixar esse governo ganhar nas urnas ano que vem. Em hipótese alguma isso pode acontecer. Por isso há essa outra luta dentro da nossa gestão, que diz respeito ao apoio dado aos movimentos de esquerda, para que consigam se contrapor e derrubar nas urnas esse governo“, complementa o sindicalizado.
10 razões para derrotar a Reforma Administrativa
Para quem ainda não compreendeu os motivos pelos quais a Reforma Administrativa deve ser barrada, o Fonasefe, em conjunto com centrais sindicais, divulgou um panfleto que explica essa questão em 10 tópicos.
Dentre as principais razões está o aumento da desigualdade social, em decorrência do fim dos serviços públicos, que são usados em grande maioria pela parcela populacional mais pobre.
Um exemplo desses serviços é a escola pública, que, além de ser fundamental para construção intelectual dos brasileiros e brasileiras, possui uma rede de proteção alimentar. Outro serviço a ser prejudicado é o Sistema Único de Saúde (SUS), que seria substituído por vales-saúde e planos privados. Afora isso, a vacinação pública e gratuita, que tem sido tão importante nessa pandemia, deixaria de existir.
Haveria também o aumento do desemprego, uma vez que o investimento em serviço público resulta em renda e empregos no setor privado.
A flexibilização do concurso público como porta prioritária de ingresso no serviço público e a quebra do direito à estabilidade para uma grande parcela do funcionalismo tenderiam a favorecer o surgimento de situações de corrupção e apadrinhamento político. Com a PEC 32, os servidores públicos, ao invés de atenderem às demandas da população, poderiam se ver convertidos em funcionários de governos, sujeitos a pressões e assédios dos mais variados tipos.
Para conferir por completo o panfleto, acesse este link (file:///C:/Users/Usuario/Downloads/pANFLETO_SITE.pdf).
Texto: Laurent Keller
Revisão: Bruna Homrich