Ato no Politécnico reúne sindicatos em defesa da educação
Na última quarta-feira, 3 de abril, o Sinasefe de Santa Maria promoveu uma mobilização em conjunto com a Sedufsm, Assufsm e Atens, em defesa dos direitos dos servidores federais de educação. O ato ocorreu no hall do prédio F do Colégio Politécnico da UFSM, após panfletagem feita pelos trabalhadores na entrada da universidade, fortalecendo a luta das demais seções sindicais do país, que também estiveram mobilizadas neste dia de Paralisação Nacional.
Durante a atividade, representantes das entidades presentes reforçaram as pautas defendidas coletivamente pelos docentes e técnico-administrativos em educação (TAEs), tanto de ensino básico, quanto superior. Em nome da Assufsm, o TAE e Coordenador Geral da Associação, Ciro Oliveira, destacou o impacto da perda de 279 servidores TAEs registrada em 2023 em comparação ao período da pandemia: ‘’isso acaba precarizando o trabalho de quem permanece. Nós estamos com sobrecarga de trabalho em diversos setores, com essa falta de gente, o que prejudica a qualidade do serviço prestado, causando até adoecimento físico e mental em muitos colegas’’, expõe o Coordenador.
Além da diminuição dos TAEs, Oliveira lembra da redução no número de servidores terceirizados, ocorrida por conta dos cortes orçamentários sofridos ano após ano pela UFSM. Segundo ele, mais de 400 trabalhadores foram demitidos no período pós pandemia, causando consequências visíveis a todos que frequentam a instituição, como a falta de corte de grama em diversas áreas, portarias e pontos de vigilância abandonados, sem profissionais para trabalhar.
‘’Essas ‘coisas’ impactam diretamente a nossa vida, a nossa segurança, por isso é fundamental que tenhamos recomposição dos orçamentos. Sem considerar o impacto financeiro com a cidade, por conta dos nossos 7 anos sem ganhar um centavo de reposição, [que fez com que] todo mundo ‘sentisse no bolso’. Imagina quanto dinheiro poderia estar sendo investido lá na cidade, quanto comércio fechou, quanta gente foi demitida. A cidade precisa também desse dinheiro que vem da nossa universidade, seja dos dos servidores federais, seja dos trabalhadores terceirizados’’, explica Ciro Oliveira.
No mesmo sentido, o professor e Primeiro-Secretário da Sedufsm, Leonardo Botega, comenta que o sucateamento pelo qual a educação pública federal tem passado é um projeto para que os servidores desistam da luta e partam para a iniciativa privada, como fuga dos salários desajustados, más estruturas de trabalho e sobrecarga.
Em decorrência de tal cenário, os sindicalizados do Sinasefe local, bem como das demais seções, reivindicam pela reestruturação das carreiras PCCTAE e EBTT, recomposição salarial de 34,32% para TAES e 22,71% para docentes, além da recomposição dos orçamentos das Instituições Federais de Ensino. Confira mais sobre as pautas defendidas pelo Sinasefe aqui.
Próximos passos
Ao final da mobilização do dia 3, o professor e Tesoureiro Geral do Sinasefe, Claudio Kelling, lembrou que dia 16 de abril deve acontecer uma reunião dos docentes da carreira EBTT com o governo federal, para discutir as reivindicações da categoria.
Nacionalmente, o Sinasefe está em greve desde o dia 3 e pretende seguir por tempo indeterminado. De acordo com Kelling, na seção santa-mariense ainda será marcada uma assembleia para discutir o indicativo de greve a nível local. Por ora, o diretor incentiva: ‘’devemos continuar na luta e botar pressão!’
Texto e imagens: Laurent Keller
Edição: Fritz Rivail