Comunidade universitária segue em protesto contra novas formas de ingresso na UFSM
Nesta terça-feira, 3 de março, representantes de movimentos estudantis e sindicais compareceram à reunião ampliada com o Reitor da UFSM, Luciano Schuch, no Espaço Multiuso da Instituição, para expor os motivos pelos quais as entidades são contrárias à volta do vestibular e do Processo Seletivo Seriado (PSS). Desde 2015, o Sistema de Seleção Unificada (SiSU) é a forma praticamente exclusiva de ingressar na Universidade. Agora, os gestores da UFSM querem implementar os outros meios de entrada sem, na avaliação das entidades, a existência de um diálogo aprofundado com a comunidade acadêmica.
Em nome do Sinasefe, a Coordenadora Geral, Miriane Fonseca, destacou a necessidade de que a gestão da UFSM ouça os argumentos dos estudantes e servidores para, assim, chegar a uma decisão que corresponda ao desejo da comunidade: ‘’vejo que essa discussão está prematura até mesmo nos colégios [de ensino médio da UFSM]. Fiquei sabendo que a pauta foi conversada no Politécnico somente na última reunião que houve essa semana no Conselho Diretor.’’ Nesse sentido, a Coordenadora reforça que a própria Instituição não realizou um debate amplo com toda sua comunidade.
Ao encontro desse pensamento, o representante do Diretório Central dos e das Estudantes (DCE), Luiz Boneti, afirma que ‘’em nenhum momento, nesse um ano e meio em que a Universidade discute sobre as novas formas de ingresso, houve uma disposição real por parte da gestão da UFSM em realizar um debate mais amplo.’’ Somado a isso, Boneti lembra com descontentamento da postura adotada pela Reitoria na segunda-feira, dia 3: havia sido marcada para ocorrer às 15 horas uma Assembleia entre a gestão e a comunidade universitária; contudo, no suposto horário do encontro, o Reitor se negou a dialogar com os manifestantes, que permaneceram pedindo pela presença de Schuch próximos à sala dele até de noite, quando o Reitor, escoltado por policiais, deixou o prédio.
Schuch alegou que os manifestantes não permitiram a saída dele do Gabinete e, por isso, a presença de policiais se fez necessária. No entanto, os estudantes e servidores solicitaram ao longo do dia justamente para que o gestor saísse de sua sala e conversasse com as entidades representativas. Não houve qualquer tipo de ameaça à integridade do Reitor para que o reforço da segurança fosse feito. Como forma de protesto, universitários passaram a noite na Reitoria em mobilização contra os atos da gestão da UFSM e as novas formas de ingresso.
O Reitor também aproveitou a reunião ampliada desta terça-feira para reforçar seu posicionamento a favor da implementação de novas formas de ensino, com base no baixo preenchimento de vagas através do SiSU e na implementação de cotas nas novas modalidades de ingresso, dentre outros pontos.
Próximos passos
Nesta quarta-feira, dia 5, acontecerá uma nova reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE), às 8h30, na Sala dos Conselhos, localizada no nono andar da Reitoria. Com acesso restrito, a ideia é que desta vez a reunião termine com uma definição acerca da pauta, diferente da última sessão, que foi interrompida graças à mobilização popular.
O canal no YouTube da UFSM fará a transmissão da votação para quem deseja acompanhar em tempo real.
Texto e imagens: Laurent Keller
Edição: Bruna Homrich