Respeito às diferentes formas de existir pauta o mês da visibilidade trans em Santa Maria
Conhecido também como Janeiro Lilás, o mês da visibilidade trans é voltado para o fomento do debate acerca da vivência de pessoas transexuais e travestis, e para o combate aos preconceitos que ainda rodeiam a pauta. Em Santa Maria, entidades representativas organizaram um cronograma de ações, que devem ocorrer até 29 de janeiro, quando se celebra o Dia Nacional da Visibilidade Trans.
De acordo com a servidora técnica-administrativa em educação da UFSM e administradora da Casa Verônica (espaço de acolhimento a mulheres e a comunidade LGBTQIA+), Bruna Denkin, campanhas de conscientização e reflexão sobre transexualidade são essenciais para ‘’fortalecer o movimento, unindo esforços em prol do respeito às diferenças e todas as formas de ser e existir.’’
Até a publicação desta matéria, dois dos quatro eventos do Janeiro Lilás haviam ocorrido, com debates relacionados à saúde e à segurança de pessoas trans. Confira abaixo, as atividades programadas para o restante do mês:
21/01 (sábado)
10h – Exposição fotográfica com imagens de pessoas trans ativistas, que carregam a bandeira da diversidade com orgulho.
E promoção das atividades do Sorria Santa Maria, sobre cuidados para saúde bucal, ação realizada mensalmente para população trans.
Local: Praça Saldanha Marinho.
29/01 (domingo)
16h – ‘’Dia T’’, data em que se comemora oficialmente a visibilidade trans, será marcado por diversas atrações artísticas, como o Show de Cilene Rossi, ações de promoção à saúde, rodas de conversas e atividades de beleza.
Além disso, haverá a exibição do documentário ‘’Verônica’’ e a coroação da Rainha da Diversidade de Santa Maria.
Local: sede do sindicato CPERS, localizado na rua Barão do Triunfo, 760, bairro Nossa Senhora do Rosário.
Ambos os eventos são resultado da parceria entre o Ambulatório Transcender, a Câmara de Vereadores de Santa Maria, a Casa 13 de Maio, empresa Efeito Mais, ONG Igualdade e a própria Casa Verônica, entidade criada em 2022 na UFSM, mas ainda em processo de implementação.
Desde junho do ano passado, o espaço disponibiliza serviços de Psicologia, Direito e Assistência Social a mulheres e à comunidade LGBTQIA+, e tem desenvolvido ações temáticas com foco na educação como meio de promoção de igualdade. Além disso, Bruna conta sobre outro eixo de atuação da Casa: ‘’temos trabalhado para a articulação da Casa Verônica com serviços da rede de atendimento de saúde do município e estado, buscando a inserção e visibilidade da CV junto a rede. [Por isso,] temos participado de coletivos como o Fórum de Enfrentamento a Violência Contra a Mulher, o Grupo de Trabalho integrado de enfrentamento às violências’’. Para 2023, o espaço pretende concretizar o serviço de acolhimento a pessoas vítimas de violência de gênero, uma das metas principais da Casa desde sua inauguração.
Contudo, apesar de o projeto representar um avanço para a inclusão no ambiente universitário, a Coordenadora comenta sobre os entraves que ainda envolvem a pauta: ‘’é um caminho ainda recente, muito precisa ser feito. Acredito ser muito importante a articulação das universidades com vistas a somar esforços para o enfrentamento e combate às violências, pois é um caminho que não se percorre sozinho, se faz necessário contar com parcerias, apoio e ações estratégicas.’’ Cada um a seu modo, o importante é que as instituições federais e o poder público como um todo sigam ‘’abrindo’’ espaço para a comunidade trans, reforça Bruna Denkin.
Texto: Laurent Keller
Imagem: divulgação
Edição: Bruna Homrich