Seminário discute os desafios do trabalho e ensino remoto na UFSM
Na última quinta-feira, 23, o Sinasefe Santa Maria participou da primeira mesa de debates do seminário virtual “Trabalho remoto na UFSM”, promovido pela Sedufsm para debater os impasses ligados ao modelo remoto de ensino e às problemáticas de um possível retorno ao presencial na Universidade. Para contribuir com a conversa, Cláudio Kelling, Tesoureiro Geral do Sinasefe, esteve junto aos seguintes representantes sindicais: Ascísio Pereira (Sedufsm), Elisete Kronbauer (Atensufsm), Tânia Flores (Assufsm), Daniel Balin (Dceufsm) e Paula Ponciano (Apgufsm).
Kelling salientou a preocupação do Sinasefe em relação ao retorno presencial, porque a pandemia de COVID-19 ainda não está totalmente controlada e as vacinas não são 100% eficazes. Fora isso, o Tesoureiro relatou que os professores de ensino técnico e tecnológico se adaptaram bem ao modelo remoto e, atualmente, conseguem desempenhar plenamente suas atividades nesse formato. Dessa forma, o retorno à presencialidade pode ser feito de maneira coletiva e gradativa, a partir de um amplo diálogo entre a administração central e as entidades representativas.
O professor ainda abriu o debate sobre a logística do ambiente de trabalho presencial, considerando-se servidores que optaram por não se vacinar: ‘’como vai ser a presença desses professores em relação aos outros colegas que fizeram a imunização?’’
‘’A seção sindical tem uma preocupação enorme com sua base e sua categoria, em relação ao aspecto da contaminação que poderá ocorrer e também com relação à eficácia do trabalho em REDE na própria unidade. […] Então existe uma insegurança, uma angústia muito grande dos professores. É por isso que a seção sindical está preocupada e quer dialogar com a direção da unidade de ensino, com a reitoria e com a comissão de biossegurança, uma vez que esse diálogo parece não ter ocorrido de maneira eficiente’’ completa Kelling.
Tânia Flores, representante da Assufsm, trouxe para o debate suas preocupações quanto à implementação da Instrução Normativa 65/2020, que visa a regulamentar o teletrabalho no serviço público para além da pandemia. Para ela, a IN 65 é um ‘’instrumento de controle e manipulação dos trabalhadores, pois centraliza a definição de atividades, as metas, o controle de seu cumprimento e suas alterações na mão da chefia imediata’’.
Dentre outras questões, discutiu-se também a qualidade de ensino no modelo REDE. Daniel Balin, representante do DCE-UFSM, comentou que o assunto foi pouco abordado com o corpo discente, e Ascísio Pereira, representando a Sedufsm, complementou falando que não debater a metodologia das aulas remotas é um problema grave, uma vez que certos aspectos metodológicos aplicados presencialmente não podem ser replicados no ambiente virtual. Nesse sentido, Pereira questionou ‘’que educação estamos construindo?’’.
Para além dessas temáticas, todos os participantes do seminário mostraram-se surpresos com a divulgação, na última quarta-feira, 22, da Portaria Normativa nº 32, que propõe o retorno às atividades administrativas presenciais. Isso porque, anteriormente à propagação da notícia na mídia, não houve qualquer consulta aos docentes, técnicos e estudantes a respeito da questão, nem mesmo um simples comunicado.
Seminário
O seminário “Trabalho Remoto na UFSM”, inaugurado na última quinta-feira, terá continuidade em mais três datas: no dia 5 de outubro, às 19h, o tema será “Trabalho e ensino remoto nas universidades” e contará com a participação de representações nacionais do Sinasefe, ANDES-SN, Fasubra, Atens, UNE e ANPG. Já no dia 14 de outubro, o debate girará em torno do “Processo de trabalho docente na pandemia da Covid-19” e ocorrerá também às 19h, com a contribuição das professoras Amanda Moreira (UERJ) e Karine Perez (Unisc). A mesa de encerramento consistirá em uma plenária sobre o REDE/UFSM e ocorrerá no dia 27 de outubro, às 19h, tendo a participação restrita a docentes da UFSM.
Todas as mesas ocorrem de forma online, com transmissão ao vivo pela página de Facebook e canal de Youtube da Sedufsm.