Sinasefe assina nota exigindo demissão de ministro da Educação

 Sinasefe assina nota exigindo demissão de ministro da Educação

Nesta quarta-feira, 23 de março, Sinasefe, ANDES-SN e Fasubra divulgaram nota em que exigem a imediata demissão do ministro da Educação, Milton Ribeiro. O motivo é o áudio publicizado pelo jornal Folha de São Paulo e que expressa o envolvimento de Ribeiro em um esquema de lobby com os pastores Gilmar Santos, presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil, e Arilton Moura, assessor de Assuntos Políticos da Convenção. O esquema favoreceria o envio de dinheiro do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) às Prefeituras apadrinhadas por ambos os pastores.

“Porque a minha prioridade é atender primeiro os municípios que mais precisam e, em segundo, atender a todos os que são amigos do Pastor Gilmar. Então o apoio que a gente pede não é segredo, isso pode ser [inaudível] é apoio sobre construção das igrejas”, disse Ribeiro na ligação. E complementa: “Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”.

Leia, abaixo, a nota elaborada por Sinasefe, ANDES-SN e Fasubra:

O “BOLSOLÃO DO MEC” É CRIMINOSO! EXIGIMOS DEMISSÃO IMEDIATA DO MINISTRO DA EDUCAÇÃO, MILTON RIBEIRO!

Veio à tona nessa segunda-feira (21/03) um áudio, obtido pela Folha de São Paulo, em que o Ministro da Educação, Milton Ribeiro, declara que a sua “[…] prioridade é atender a todos que são amigos do pastor Gilmar”. E completa dizendo que “[…] Foi um pedido especial que o Presidente da República fez pra mim sobre a questão do Gilmar […] então o apoio que a gente pede não, isso pode ser [inaudível] é apoio sobre construção das igrejas”.

Esse áudio escandaloso revela a articulação de um esquemão criminoso de distribuição de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, FNDE, para obras e, creches e escolas municipais, conforme o lobby dos pastores Gilmar Santos, presidente da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros das Assembleias de Deus no Brasil, e Arilton Moura, assessor de Assuntos Políticos da entidade.

Esses religiosos atuam como lobistas e controlam a agenda e a verba do Ministério da Educação. É possível afirmar que existe um verdadeiro “gabinete paralelo”, coordenado pelos dois, que atua para atender o interesse de aliados de Bolsonaro, em troca de apoio de políticos de setores dos evangélicos.

A farra com recursos do FNDE no esquema do “Bolsolão do MEC” é inadmissível! Os recursos do fundo devem ser destinados para ações de reestruturação e modernização das instituições de ensino, para garantir assistência estudantil a estudantes de baixa renda, ampliar o número de escolas, investir em pesquisa e contratar professores, e não para beneficiar a construção das igrejas.

Pela demissão imediata de Milton Ribeiro e investigação do “Bolsolão do MEC”!

Bruna Homrich

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