Sinasefe participa da Pré-Conferência sobre Saúde Mental
Na última segunda-feira, 13, ocorreu uma Pré-Conferência online sobre saúde mental, organizada pela Sedufsm, para discutir a necessidade de se aprimorar o conhecimento em relação a questões psicológicas e a políticas públicas de saúde mental no Brasil. Enriquecendo o debate, estavam presentes entidades representativas de educação relacionadas à UFSM, como Sinasefe, Assusfsm, Atens e APG.
Inicialmente, o psicólogo Alex Monaiar realizou uma fala a respeito da pertinência de desconstruir a ideia existente acerca de manicômios e hospitais brasileiros, bem como de preconceitos ligados a doenças psicológicas. Em seguida, as entidades presentes apontaram seus encaminhamentos sobre o tema, que incluem, dentre outras medidas: maior acessibilidade a práticas de promoção de saúde mental; formação inicial e continuada para docentes sobre saúde; ampliação da rede de atenção local de saúde mental; e uso das tecnologias e redes sociais para divulgação de informações e serviços ligados à saúde mental.
Cláudia do Amaral, Secretária Geral do sindicato, participou do evento e comenta que o assunto saúde mental sempre foi uma das principais preocupações para o Sinasefe, principalmente durante a pandemia de Covid-19. Isso porque, em decorrência dos aspectos problemáticos relativos a ela, como a doença em si, a constância de morte, o distanciamento e as dificuldades financeiras, as pessoas se tornaram mais estressadas, ansiosas e depressivas. Nesse sentido, Cláudia destaca a importância de se preocupar com a saúde mental de estudantes e docentes durante a readaptação ao presencial, depois de passarem quase dois anos no modelo de ensino remoto.
‘’Nós ressaltamos a importância de se pensar nesse acolhimento para o presencial, porque vem acontecendo [o retorno] de maneira muito abrupta e sem nenhum cuidado, visto o que aconteceu em nosso retorno às atividades administrativas, que foi feito em 10 dias. Então, que tenha processos formativos para esclarecer isso e que alguns grupos particulares sejam tratados de modo específico, como os jovens, idosos e mulheres’’, acrescenta a Secretária Geral.
As outras entidades também evidenciaram preocupação com o corpo discente, que precisa ter seus problemas validados. A fim de alcançar esse objetivo, propôs-se criar campanhas políticas de humanização, que incluam mais flexibilidade, humanidade e acolhimento nas relações interpessoais. Além disso, fundar um espaço de acolhimento para estudantes na Universidade e acompanha-los nos primeiros momentos de retorno ao presencial.
Em seu relato, Cláudia do Amaral ainda expôs que ‘’a saúde mental não é algo para se pensar individualmente, é um problema social.’’ Por isso, devemos considerar também as medidas governamentais que afetam a todos e que estão ligadas à saúde mental. Um exemplo é a PEC 32/2020, que precariza a saúde pública e, consequentemente, prejudica o atendimento psicológico à população brasileira, sendo necessário, portanto, combater sua implementação.
Texto: Laurent Keller
Revisão: Bruna Homrich